Quero a vida com suas explosões e efeitos
Quero ser humano, errar e ter defeitos
Quero sentir
Quero aproveitar a vida
Respirar fundo e curtir
Fazer valer a pena
Antes da partida
Quero errar de novo
Sem idealização
A vida com defeitos
É a perfeição
Inocente criança
Brinca, grita, corre, ri
Plena infância
Passa o dedo na parede por onde anda
Estoura florzinha no nariz
Só chora quando cai
Porque é feliz
E nem sabe o que é felicidade
Pouco sabe da vida nessa idade
Quando passa se recorda
Lembra, sonha e acorda
Cada pessoa, em seu particular, tem sua essência. Sua postura em relação à questões sociais, políticas, econômicas, sexuais, enfim. O ser humano em toda sua complexidade tem necessidade de compreender a si mesmo e cada ciência analisa um aspecto a partir de seu ponto de vista.
As ciências sempre estiveram com o homem, mesmo que 'não-oficialmente'. A sociologia, psicologia, filosofia são ciências que, por exemplo, estão envolvidas quando se trata da análise de aspectos sexuais, quanto mais ciências envolvidas melhor compreendida será a questão. No entanto, cada ciência tem um modo de observação a partir de um ângulo, uma perspectiva.
Partindo do princípio de que determinado fator varia conforme o ângulo que o vemos, há uma quebra dos conceitos opostos como o certo e o errado. Inicialmente a idéia de quebra desses conceitos nos deixa desorientados. Ora, se o que é errado só é errado quando comparamos com o que é certo. A desorientação é sentida quando percebemos que os valores sociais estão sobre bases conceituais como esta.
Quando durante a 2ª Guerra Mundial Hitler e a sociedade Alemã Nazista praticaram a limpeza étnica exterminando milhões de judeus, negros e homossexuais eles achavam que isso era o certo a se fazer. Suponhamos que eles tenham conseguido e convencido os sobreviventes de que o que foi feito era bom, estaríamos hoje, arianos, louvando Hitler.
Não há verdade absoluta, o que existe são verdades baseadas não em conceitos opostos, mas sim em ângulos distintos a partir do princípio da relatividade e sem generalizações para evitar esteriótipos. E de acordo com os diversos fatores que influem na causa, como a cultura de um povo e a sua religião. Já que são fortes ideologias que para seus seguidores são a dona da verdade.
O problema está em não saber respeitar a diversidade, já que eu tenho uma opinião formada a partir de uma ótica que não aceita a do outro, o que gera o preconceito e a discriminação. Então fica claro que precisamos aprender a lidar com os conceitos sem que os engavetemos e classifiquemos em uma coisa ou em outra e saber respeitar sua complexidade.
Respeitem meus cabelos, brancos
Chegou a hora de falar
Vamos ser francos
Pois quando um preto fala
O branco cala ou deixa a sala
Com veludo nos tamancos
Cabelo veio da áfrica
Junto com meus santos
Benguelas, zulus, gêges
Rebolos, bundos, bantos
Batuques, toques, mandingas
Danças, tranças, cantos
Respeitem meus cabelos, brancos
Se eu quero pixaim, deixa
Se eu quero enrolar, deixa
Se eu quero colorir, deixa
Se eu quero assanhar, deixa
Deixa, deixa a madeixa balançar
Ao longo da nossa vida adotamos diversos conceitos e percepções sobre ela. Na infância queremos ser policial; doutor(a); professor (a); super-herói. E na maioria das vezes independente das nossas condições de vida atuais. Temos muitos sonhos, muitos amigos, problemas, não tão raros já que brinquedo perdido, bicho de estimação fugido, umas palmadas dos pais por algumas peraltices são 'problemas' que fazem parte da infância. De quem a tem.
Já pouco antes da adolescência, nossas preocupações são outras, a menininha ou o menininho que estou gostando, as notinhas, o fato de eu não poder ir à casa do meu coleguinha porque respondi o papai, mudanças físicas e enfim. Na adolescência, a fase das escolhas, é quando abrimos os olhos pra vida.
Escolhas diferentes de: quem vai entrar no meu time. Escolhas que farão a diferença no futuro. É quando passamos a ter noção do tempo e como tudo foi ontem. É levantar a cabeça pra além do nosso umbigo e poder girá-la, é perceber que quando estávamos erguendo nossa cabeça, era ontem também. Daí passamos a ver a sociedade, e os problemas são outros.
A sociedade te exige mais do que te oferece. O caminho considerado o do progresso, então, é estudar. Estudar, se formar, trabalhar, correr atrás, mais problemas, mais escolhas, mais difícil. E vem a saudade do tempo que você só chorava quando caía.
Suas escolhas nem sempre são aceitas na sociedade, sua infância nem sempre te oferece momentos saudosos, sua cor e condição social irão, mais do que nunca, ser critério de julgamento. Então o que fazer? Pra quem recorrer?
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